sábado, 14 de janeiro de 2012

Modelos, Famosos e Big Brothers: A Consagração da Idiotia

 
Modelos, Famosos e Big Brothers
A Consagração da Idiotia
Brasília, 14/01/2012.

Peço licença a meus milhares de leitores para usar expressões fortes que não fazem parte de meus textos diários. Logicamente não me utilizarei do vocabulário comum aos micos da televisão, mas não há como falar carinhosamente do que há de pior na sociedade humana.

Os mais inocentes poderão argumentar que modelos, famosos e big brothers não fazem parte do circuito da violência, mas são eles os principais estimuladores tanto do crime quanto da debilidade mental que acomete grande parte da população do planeta.

A Lenda da Mentira e a Verdade

Conta certa lenda que a mentira e a verdade eram duas mulheres. A verdade era uma mulher suntuosa, muito bela e extremamente bondosa. A mentira, por sua vez, era uma mulher feia, rancorosa, vingativa e má.

Certo dia a verdade resolveu tomar banho em um rio, despiu suas roupas, deixando-as à margem e, alegremente, deslizou nas águas límpidas.

Como sempre a espreitava, a mentira aproveitou-se da situação, foi sorrateira até o local, vestiu as roupas de verdade, atirou suas vestes malcheirosas ao chão e fugiu com sensação de vitória.

Ao retornar do banho e encontrar, no lugar de suas vestimentas, apenas trapos fétidos, a verdade logicamente decidiu não vesti-los e partiu absolutamente nua, andando pelas ruas e aparecendo despida em todos os lugares.

O mundo, entretanto, em seu condicionamento desordenado, não conseguiu aceitar a verdade nua e crua, acusando-a, perseguindo-a e apedrejando-a, não dando a ela outra opção senão retornar ao rio e fantasiar-se de mentira.

Dizem que até hoje a mentira anda pela terra vestida de verdade e que a verdade trafega pela vida fantasiada de mentira!

Se olharmos para a realidade de nossos meios de comunicação, perceberemos esta fábula a cada instante, seja nos jornais, nas novelas, nos filmes, nos desenhos e nas programações gerais.

O grande desafio deste artigo é, na medida do possível, boicotarmos o porcariol institucionalizado e trabalharmos com nossa família, amigos e contatos, formas de acessarmos arte, cultura e lazer de boa qualidade.

 Modelos do que?

Vamos primeiro aos modelos. Não me refiro aos modelos de vida nem às pessoas que realmente promovem o bem coletivo. Falo sobre modelos de corpos, fotográficos, adornos humanos na maioria das vezes vazios de conteúdo.

Sonho com o tempo em que um modelo, além de tirar fotos para revistas, desfilar nas passarelas e mostrar belas roupas na televisão, também seja modelo de saúde, preservação da natureza, amor aos animais e respeito às pessoas.

Mas os modelos a as modelos que conhecemos, como disse, não passam de imagens destinadas à idolatria popular que cultivam não a essência mas a aparência, ou seja, não importa o ser mas o “parecer ser”.

Se olharmos a história de vida da maior parte dos modelos mundiais, veremos que, na maior parte das vezes, encontraram no caminho a agrura, a dor e a tristeza derivados de uma vivência superficial.

A vida de colunas sociais e o glamour social são venenos que entorpecem a alma, fazendo com que nossa passagem na terra se torne não um aprendizado mas uma brincadeira pueril com destino duvidoso, comprometendo globalmente tanto a natureza quanto a cultura.

Fama do que?

Diariamente a mídia mostra, com fervor, a vida e as atitudes das ditas celebridades. Poucas delas, entretanto, merecem na vida os aplausos que merecem no palco.
Com o devido louvor aos genuínos artistas, aos que praticam uma arte superior que estimula o povo ao bem, que mesmo em reduzidíssima quantidade conseguem tocar almas através da música, do teatro, da pintura, da escultura e tantas outras, registro que, se tirássemos o lixo cultural da mídia, teríamos bem poucas horas de televisão, rádio e internet, assim como reduzidas páginas de jornais e revistas.

Nossos filhos, por melhor que seja a educação que ofereçamos, invariavelmente sentirão desejo de cantar aquela musiquinha maliciosa, imitar o atorzinho violento de terceira ou vestir as roupas “maneiras” apresentadas pelo fulaninho ou fulaninha, célebres formadores de opinião.

A maioria dos famosos nada têm a contribuir, salvo muito superficialismo, agressividade e violência. São ogros imbecis que disseminam a ignorância, incentivam o não estudo e contaminam a sociedade com o pior da fofoca, da maledicência, da sensualidade baixa e do egoísmo. Incluam-se nesse grupo de celebridades perversas vários esportistas que, ao invés de focarem saúde com atividade física, mergulham nas entranhas do sensacionalismo barato.

Optei por não citar exemplos da área, eles são tão abundantes que se torna desnecessário comentá-los. Basta acessarmos a TV-lesão e, em segundos, estaremos mergulhados num “inconsciente coletivo” escuro que poderia aqui, de forma mítica, chamar de “porta do inferno” ou de “chiqueiro do umbral”.

Big o que?

Chegamo ao suprassumo da perversidade, ingressamos na primeira parte da “Divina Comédia” tão bem chamada de “inferno” por Dante Alighieri.
Presumo não haver nada pior do que Big Brother Brasil na televisão brasileira.

Tudo que falei sobre modelos e celebridades fica aqui ampliado na medida que os BBBs são corpos buscando fama e sucesso a qualquer custo. E esta opinião não é só minha. Recentemente José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, deixou o sensacionalista Pedro Bial comopletamente sem graça. Foi na na noite do último sábado, 7/1. Tudo porque, durante sua entrevista ao Altas Horas, o ex-executivo da Rede Globo ironizou a qualidade doBig Brother Brasil. (assista)

Na ocasião, Bial, que comanda o reality show, disse ao apresentador Serginho Groisman, que gosta de assistir a programas ruins porque aprende muito com eles e foi nesse momento que Boni respondeu: “Quer dizer que você assiste ao BBB”.

A piada arrancou gargalhadas e palmas da platéia – onde estava inclusive uma real celebridade chamada Caetano Veloso - além de repercutir rapidamente. Vale lembrar que o Big Brother Brasil é dirigido por Boninho, filho de Boni.
Tudo o que poderia dizer sobre BBB está no texto abaixo, que há alguns anos venho atualizando.

Aliás, para defender meus filhos e os filhos das demais pessoas, além das poucas programações de qualidade da mídia nacional, criei o blog “Big Brother, Pão e Circo” que está aberto à colaboração de todos.

Amigos, não nos encolhamos diante da doença social. Reajamos com veemência aos absurdos da mídia.

Há braços fraternos!

Alexandre Pimentel

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